quarta-feira, 29 de julho de 2009

Gestação, pré-natal e parto

Por Francine Segawa

A Casa de Parto começa a fazer o acompanhamento da grávida a partir de 37 semanas de gestação. A gestante deve continuar paralelamente com as suas consultas no local onde realiza o seu atendimento pré-natal. Antes das 37 semanas, é possível visitar o local com a família e amigos e fazer o curso de gestante, que é agendado conforme a demanda e ocorre cerca de 4 vezes por mês.

Não são atendidas pela Casa de Parto de Sapopemba mulheres que tenham tido complicações ou intercorrências obstétricas durante a gravidez; partos de risco ( pessoas com diabetes, hipertensas, etc) ou mulheres que tenham cesarianas anteriores.

A partir da semana 37 a Casa faz uma consulta por semana, que pode ser em qualquer dia e em qualquer horário ( é 24 horas, mesmo!). Dependendo da necessidade esse intervalo de consultas pode ser reduzido. Essas consultas visam, principalmente, tirar dúvidas sobre o trabalho de parto, trabalhar com o medo e ansiedade da mãe e fazer alguns exames para saber como anda o processo do corpo de preparação para o parto ( dilatação, líquido amniótico, contrações).

Quando as mães chegam na casa para o parto, são feitos os exames iniciais para verificar a pressão da mãe, o batimento cardíaco do bebê e as contrações, a dilatação e a qualidade do líquido amniótico. Caso esteja tudo dentro da normalidade, a mãe é encaminhada com seu acompanhante e a enfermeira obstétrica ou a auxiliar para o quarto de parto, onde vai viver o seu "trabalho". A prioridade da casa é o parto natural, sem uso de medicamentos, como a ocitocina, e anestesia, mas caso seja necessário esses recursos podem ser usados. Para o relaxamento da mãe e para aliviar a dor, é usada a ducha, a banheira, a bola suiça, a massagem, a caminhada, a música. O acompanhante também pode tirar dúvidas e receber orientações sobre como ajudar naquele momento.

Caso se verifique nesses exames de admissão que a mãe não pode ser atendida na Casa de Parto, a remoção é feita para o Hospital da Vila Alpina, que é um hospital de referência e que prioriza o parto normal. Se houver complicações durante o trabalho de parto ou se o bebê precisar de atendimento médico neonatal, mãe e/ou bebê também vão para esse hospital. Há uma ambulância e um motorista sempre a postos e chega-se no Hospital da Vila Alpina em cerca de 5 minutos.

Quando o bebê nasce as enfermeiras verificam se o cordão ainda pulsa e esperam parar de pulsar para cortá-lo (o acompanhante pode cortar) e vêem com a mãe se o bebê quer mamar. A placenta é retirada. Depois fazem o teste de apgar (que verifica os sinais vitais do bebê), aplicam o colírio de nitrato e prata e a injeção de vitamina K, carimbam o pezinho na declaração de nascimento e fazem as medições. Logo a seguir já preenchem toda a declaração de nascimento ( que é usada para tirar a certidão de nascimento). Antes da alta e durante toda a internação, a mãe é examinada para verificar pressão, temperatura e se o sangramento ocorre dentro da normalidade; o bebê também é examinado e recebe as vacinas BGC, Hepatite B e faz o teste do reflexo vermelho do olho. São marcadas consultas de retorno em 5, 15 e 30 dias. O exame do pezinho pode ser feito antes da alta ou na consulta do 5o dia.

Durante a internação, que é de 24 horas, as enfermeiras dão assistência à amamentação de forma prática, verificam a sucção do bebê, a pega da mãe, a posição em que o bebê é colocado no colo; dão instruções sobre as vacinas, conversam sobre o parto, o que a mãe pode sentir alguns dias depois ( as cólicas, o sangramento), como cuidar do recém-nascido ( dão o primeiro banho do bebê e ajudam no primeiro banho da mãe, ensinam a limpar o umbigo, avisam sobre várias coisinhas que podem acontecer ( como o pequenho sangramento que as bebês podem ter pela vagina, por conta dos hormônios da mãe que ainda circulam nela; o reflexo de mouro; a perda de peso de até 10% nos primeiros dias; os intervalos da mamadas, a temperatura do recém-nascido).
O telefone está sempre a disposição para tirar dúvidas sobre a gestação, o trabalho de parto e os cuidados com o recém-nascido. Mesmo mães que optem por não ter seu bebê ali podem ligar ou ir para a Casa de Parto para esclarecer dúvidas e receber orientações sobre aleitamento.
A Casa de Parto tem feito uma média de 20 partos por mês. Até pouco tempo atrás havia uma média de 60 partos. A queda do número pode ser atribuída à proibição dos funcionários de divulgar os serviços e dar entrevistas, vinda da Secretaria de Saúde e também, pela não divulgação pro parte do próprio órgão. (clique aqui para saber mais)

3 comentários:

  1. Eu quero que a Alice nasça na casa do parto, pois minha amiga teve a filha dela com vocês e foi atendida com muito carinho e atenção.Fiquem com Deus e parabéns pelo trabalho realizado com muito amor.

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  2. estou com 30 semanas de gestação e tenho um filho de 6 anos o CAIO que nasceu ai em 15/09/2004 foi uma experiencia magica que gostaria de repetir fui tratada com muito carinho e o ENZO vai nascer ai,tambem desde ja quero agradecer tudo.QUE DEUS ABENÇOE VOÇEIS.

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